Fatalidade ou negligência?

 

A indignação diante de um acidente, especialmente aqueles que não são reconhecidos como fenômeno natural, ou qualificados como falha mecânica ou fatalidade, sempre nos causam espanto e horror.

O ponto em questão é: quantas vezes nós nos expomos e expomos aos outros a riscos totalmente desnecessários e perfeitamente evitáveis?

Temos uma tendência de acreditar que a sorte sempre está do nosso lado e que os acidentes sempre escolherão os outros; nunca a nós próprios.

De forma sintomática, depois de um acidente, apuramos os fatos e os registramos, apresentamos os dados estatísticos, fazemos gráficos sofisticados, investigamos as causas, punimos os “responsáveis” e pronto: caso encerrado.

Programas de Melhoria Contínua são implementados, criam-se incentivos e premiações para minimizar os riscos futuros, mas o fato é que nós não sabemos aonde os futuros acidentes irão se manifestar, porque continuamos agindo de forma reativa e não preventiva.

O risco só se evidencia depois que o acidente acontece. Aí parece óbvio que aquilo iria acontecer, só que daí já é tarde.

Não quero fazer apologia ao caos, mas tenho visto gestores e dirigentes perderam a mão na dosagem da prevenção, cortando todos os investimentos nesse setor, sob a imposição da competitividade e a redução dos custos.

Essa é uma maneira simplista demais para agregar valor ao produto. Existem outros caminhos para ser competitivo usando a qualidade, a confiabilidade e a segurança como atributos.

Só quem já foi contemplado com uma pesada multa ou teve que indenizar funcionários, ou suas famílias por acidentes, sabe bem do que eu estou falando.

Agir preventivamente não irá eliminar 100% dos riscos. Apenas o aproximará desse número.

Veja a seguir um modelo de planilha para ajudar a manter os riscos industriais sob controle.